MATER DEI

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domingo, março 26, 2006

Obras de Deus

Na aparição do dia 1º de março, havia cerca de 1500 pessoas. Era uma multidão formada por todas as classes sociais. Nesse mesmo dia, aconteceu o primeiro dos sete milagres escolhidos pelo Bispo e considerado realmente como "Obra de Deus".

Em outubro de 1856, Catarina Latapié, ao subir em um carvalho, a fim de tirar alimentos para os porcos, sofreu uma queda que lhe deixou o braço deslocado e os dois dedos da mão direita dobrados e paralisados. O médico só conseguiu consertar o seu braço. Os seus dedos continuaram dobrados e paralisados. Com isso, ela ficou impedida de trabalhar, pois não conseguia mais tricotar e nem fiar.

Na noite do dia 28 de fevereiro de 1858, Catarina Latapié, dirigiu-se a pé para Lourdes, distante 7 quilômetros de sua casa, apesar da gravidez de 9 meses e de levar consigo seus dois filhos mais novos. Catarina Latapié presenciou a aparição do dia 1º de março e fez fervorosas preces a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora, pedindo a sua cura. Terminada a aparição, foi até o fundo da gruta e mergulhou a mão na Fonte da Água Milagrosa. Um estremecimento acompanhado de uma grande suavidade invadiu todo o seu ser e, de repente, sentiu que seus dedos estavam se movendo novamente! Vibrou de alegria e chorou de satisfação. Muito emocionada, começou a agradecer pela graça alcançada, quando, subitamente, teve uma violenta dor, como prenúncio do nascimento do próximo filho. Então, ligeiramente, ajoelhou-se com as mãos postas e suplicou: -"Virgem Santa, Vós que acabais de me curar, deixai-me chegar em casa!". Levantou-se, segurou as mãos de seus dois filhos e voltou para casa em Loubajac. Logo que chegou, mal teve tempo de chamar a parteira, deu à luz um sadio garoto. Ele recebeu o nome de João Batista e, mais tarde, tornou-se um sacerdote.

Na manhã do dia 25 de Março de 1858, Bernadete sentiu-se novamente "pressionada" para ir à gruta. Às 5 horas da manhã já pôs-se a caminho. Depois de rezar o terço, caminhou em direção à aparição e conversaram:
- "Mademoiselle, quer ter a bondade de me dizer quem és, se faz o favor ?
"Aqueró" sorriu, não respondeu.Ela insiste na solicitação, a segunda e a terceira vez, obtendo como respostas um sorriso carinhoso e modesto da visão. Mas Bernadete precisava levar essa notícia ao Senhor Abade, porque caso contrário, ele não construiria a capela. Por isso, insistiu uma quarta vez suplicando que Ela dissesse o seu nome.Desta vez a aparição não sorriu mais, ficou séria. As mãos que estavam unidas afastaram-se estendendo sobre a terra e depois novamente juntas à altura do peito, levantou os olhos ao Céu em sinal de profunda humildade e obediência a Deus e disse:

- "EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO".

Dito isto, desapareceu.Bernadete para não se esquecer das palavras, repetiu-as várias vezes em seguida, tropeçando nas letras que mal sabia pronunciar. Correu para a casa do Senhor Abade Peyramale. Lá chegando, antes mesmo de cumprimentá-lo, gritou:- " Que soy era Immaculada Councepciou" (no seu dialeto patois de Lourdes) .

"Eu sou a Imaculada Conceição".

O Abade ficou perplexo. Não sabia se sorria ou ocultava o seu júbilo, procurando num último esforço, certificar-se do óbvio:
- "Pequena orgulhosa, tu és a Imaculada Conceição"!
- "Não, não, não eu". Peyramale sente que está diante de uma grande revelação:
"A Virgem é concebida sem pecado".
Apesar de ter sido decretado em 8 de dezembro de 1854 , o Dogma da Imaculada Conceição de Maria não era aceito por todos os católicos, principalmente por alguns teólogos que não aceitavam que Maria Santíssima fosse preservada do Pecado Original, mesmo considerando a sua condição especial de Mãe do Redentor.
Por esse motivo o abade explodia intimamente de satisfação e se preocupava em saber da realidade :- "Uma Senhora não pode usar esse nome! Tu te enganaste; sabes o que isso quer dizer"? Maria Bernarda diz que não, abanando a cabeça. - "Então como podes dizê-lo, se não compreendes o que é"? - "Repeti todo o caminho". No silêncio que se seguiu, Peyramale ficou pensativo com um suave sorriso nos lábios.
Bernadete interrompe o silêncio e diz: - "Ela sempre quer a Capela"... 0 Abade, no íntimo, deve ter respondido que não só uma Capela, mas uma monumental Basílica. Era Ela, a Mãe de Deus, a Nossa Querida Mãe que veio com o objetivo de revelar um grande mistério divino e pedir penitência ao mundo, para que todos rezassem pela conversão dos pecadores e tivessem uma conduta responsável e digna. Peyramale estava emocionado.Os dias passaram e o clero com muita alegria e vibração comemorou a revelação do grande mistério.